Em produção
Entrevista
Direção: O Mirante
O mágico é um altruísta que tira a magia de si para dar aos outros
Na arte do baralhar e voltar a dar o mágico é um actor, um empreendedor, um cientista que prova que não há impossibilidades.
Na arte do baralhar e voltar a dar o mágico é um actor, um empreendedor e um cientista que prova que não há impossibilidades, é um altruísta, que abdica dos segredos da magia para a poder dar aos outros e provocar-lhes admiração. A convicção é de Rúben Clara, mágico de Vialonga, também conhecido como The Jocker.
Aos 27 anos, Rúben vive apenas da magia e nos últimos anos tem dado que falar com espectáculos que têm tido cada vez mais público. Um dos últimos aconteceu precisamente em Vialonga, em Fevereiro do ano passado, na Galeria de Arte Olga Campos, onde mostrou alguns dos seus efeitos à comunidade. Depois a pandemia atirou-o novamente para casa onde os seus espectaculos acabam por ser online.
O seu nome profissional deriva da carta com o mesmo nome, que significa trabalhar para os dois lados. “Como gosto e realizo várias atividades é como se na magia fosse diversas pessoas a praticar diferentes artes, daí o nome The Jocker”, conta a O MIRANTE.
Gosta de viver em Vialonga, terra que diz ser simpática e onde muita gente o conhece desde novo. Muitos mágicos começam desde pequenos a treinar a arte mas Rúben começou tarde, há apenas sete anos e por sua conta e risco. Apaixonou-se ao ver os efeitos de outros mágicos e um dia no programa de teatro da câmara municipal onde estava inserido, os Aprendizes do Fingir, pediu aos amigos para o acorrentarem com um dos adereços que ali havia. Soltou-se sempre, para espanto de todos.
“Houve um que me chamou exorcista”, recorda com um sorriso. Autodidata, aprendeu tudo sozinho através de tentativa e erro lendo livros sobre o tema e vendo programas de magia. “A magia não é só descobrir a carta, é muito mais do que isso, é a ligação com o público. Não gosto de usar a palavra truque mas sim efeito porque o truque dá a entender que o que fazemos não é real mas isso não é verdade. Tudo o que fazemos é muito real mas numa perspetiva diferente”, assegura.
Os segredos do seu trabalho continuam bem escondidos. Mas garante que o essencial tem a ver com criatividade; empatia com os espectadores e conhecimentos de diferentes artes e áreas, como a Matemática e Física.
Acorrentar-se e soltar-se é para ele dos efeitos mais fáceis de realizar. “Aprimorei e fui sempre melhorando. No mundo da magia é um dos efeitos mais difíceis mas depende da forma como é feito”, garante. Setenta por cento da sua magia é feita com cartas. “Foi a primeira ferramenta que comecei a usar. Não foram lenços, esponjas ou bolas. Com cartas consigo fazer muitas coisas”, explica.
Rúben diz que devido a pandemia a paragem foi importante para os mágicos aprimorarem conhecimentos e treinarem novos truques. “Aprendi mais o ano passado que em toda a minha vida de mágico”, conta.
Para realçar a importância do público, conta um episódio. “Um dia estava no autocarro e algumas pessoas de Vialonga que me conheciam desafiaram-me a fazer alguns efeitos, mesmo ali. Acedi e houve reação entusiasmada do público ao ponto de ele fugir de medo. Essa é a nossa maior magia. A história dos mágicos é quase como um conto de fadas e gostava que as pessoas conhecessem isso”, refere numa das suas historias preferidas. Entre os seus mágicos de eleição estão alguns nomes como René Lavand, Dai Vernon, Richard Tunner, Peter turner David Copperfield, Tommy Wonder, Bill Malone ou Leonard Green.
"A escolha de uma carta têm muito haver com a pessoa que a escolhe dando assim a hipótese de a avaliar, mais concretamente cada detalhe de sua pessoa e seu estado de espirito, do seu pensamento, a magia nao é o que faço, é o que as pessoas sentem quando veem, por isso é que a magia existe"
Direção: Gonçalo
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Em breve
PROJETO SEM TÍTULO
Direção: Marcos Rebocho
Roteiro: Marcos Rebocho
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